Encontro com os trabalhadores do Metro e da Carris
Aposta nos transportes públicos
09 de Novembro de 2015
Edgar Silva promoveu um encontro com organizações representativas dos trabalhadores (ORT) do Metropolitano e da Carris. Acompanhado pelos trabalhadores, apanhou o Metro na Estação de Arroios e percorreu a Linha Verde até aos Restauradores.
Edgar Silva promoveu um encontro com organizações representativas dos trabalhadores (ORT) do Metropolitano e da Carris. Acompanhado pelos trabalhadores, apanhou o Metro na Estação de Arroios e percorreu a Linha Verde até aos Restauradores.
Na Baixa, depois de uma conversa com os trabalhadores, o candidato, num gesto simbólico de protesto, apanhou o Elevador da Glória, que assinalou 130 anos a 25 de Outubro e se encontra agora sob ameaça de privatização, para exclusiva utilização do turismo.
Numa declaração à comunicação social subsequente ao encontro com as ORT do Metropolitano e da Carris, o candidato comunista afirma que a iniciativa permitiu reforçar a «convicção da justeza da intensa luta travada por estes trabalhadores nos últimos cinco anos» e refere-se ao «congelamento e redução de salários imposto ao Sector Empresarial do Estado», ao «ataque à contratação colectiva e à redução de direitos nestas empresas», bem como ao «roubo dos complementos de reforma» como «peças de um ofensiva geral contra o trabalho e a favor do capital».
Sobre o «carácter de classe das políticas impostas» nos últimos anos, o candidato presidencial considera ilustrativo que, ao mesmo tempo que «roubavam cerca de 15 milhões de euros anuais aos trabalhadores e reformados destas empresas», os governos «as obrigassem a pagar perto de 200 milhões em juros por ano e mais de mil milhões em SWAP».
Privatização e deterioração
No segundo dos quatro pontos da declaração, Edgar Silva sublinha o elevado grau de fiabilidade que o Metro possuía entre os utentes antes de os governos terem decidido avançar com a privatização, e a degradação verificada desde então, «com o investimento congelado, a manutenção reduzida, os quadros de trabalhadores reduzidos abaixo das necessidades operacionais e os preços brutalmente aumentados».
A degradação é particularmente visível na Linha Verde, com o atraso imposto pelo Governo às obras de alargamento das estação do Areeiro e de Arroios (estas não foram sequer iniciadas), cuja conclusão possibilitaria a circulação de seis carruagens – neste momento, com o atraso nas obras, a circulação encontra-se reduzida a três. O candidato comunista considera «necessário romper com este caminho e apostar num serviço público de qualidade, prestado por uma empresa pública prestigiada e mobilizada».
Resistir, construir alternativas
A propósito do «processo em curso de privatização e reestruturação da Carris», Edgar Silva afirma que uma das muitas marcas negativas que o caracterizam é a separação dos autocarros (que seriam entregues à multinacional Avanza) dos eléctricos, elevadores e ascensores da cidade de Lisboa, que seriam vendidos no quadro da CarrisTur e exclusivamente dedicados à actividade turística.
«Também aqui há que resistir e construir alternativas», defende, afirmando que o caminho a seguir é o da promoção da «crescente articulação e intermodalidade no sistema metropolitano de transportes, respondendo às necessidades das populações e promovendo a utilização dos transportes públicos».
Com a Constituição, por Abril
«No Metro e na Carris, como no País, estamos com a Constituição por Abril. Estamos contra a subordinação às multinacionais e por serviços públicos de qualidade e universais. Estamos pelo respeito pelos direitos dos trabalhadores e contamos com eles – com a sua opinião, participação e luta – para construir um caminho que coloque os valores de Abril no futuro de Portugal», proclama o candidato comunista na sua declaração.
Como cidadão e como Presidente da República, afirma que tudo fará para «devolver aos reformados destas empresas os complementos de reforma escandalosamente roubados»; «acabar com os roubos nos salários, nas pensões e nos direitos, e promover uma maior justiça fiscal»; «travar a PPP da Carris e do Metro à multinacional Avanza, impedir o desvio de mais de 1065 milhões de euros do erário público que esta PPP representa e impedir as desastrosas consequências da reestruturação em curso nestas empresas»; «promover os transportes públicos como o serviço essencial que são para a mobilidade das populações, para a eficácia da nossa economia e para a melhoria do ambiente e da qualidade de vida»