Edgar Silva na Cova da Moura
Combater a pobreza e as suas causas
12 de Janeiro de 2016
Depois de, na véspera, ter estado «em casa», na grande arruada em que participou pelas ruas do Funchal, Edgar Silva voltou hoje a estar no seu meio natural na visita que realizou ao bairro da Cova da Moura, no concelho da Amadora.
Os temas da pobreza e da exclusão social e as responsabilidades do Estado no combate a estes fenómenos estiveram no centro das atenções do candidato. Com ele estiveram, ao longo de toda a visita, representantes de várias associações sociais com intervenção no bairro, como a Associação Cultural Moinho da Juventude (fundada em 1984 e galardoada em 2007 com o Prémio de Direitos Humanos da Assembleia da República), e outras organizações que agem nas áreas do combate à pobreza e à exclusão e da luta contra o racismo.
Em conversa com estes activistas e com os muitos moradores com os quais se cruzou, o candidato ficou a conhecer mais de perto a realidade actual da Cova da Moura, que, lembrou, é bastante diferente da que encontrou ali há quase 30 anos, quando ele próprio vivia no bairro da Curraleira (que era então um «bairro de lata») e trabalhava com crianças de rua. Nessa altura, lembrou, costumava visitar a Cova da Moura para se inteirar dos importantes e inovadores projectos sociais que então despontavam no bairro, que se revelaram decisivos para os projectos similares que desenvolveu na Madeira, com destaque para o Movimento Escola Aberta, inspirado no pedagogo brasileiro Paulo Freire.
Em declarações aos jornalistas, Edgar Silva denunciou a resposta insuficiente do Estado no ataque à pobreza e às suas causas, considerando que esta questão deveria ser primordial. Na Cova da Moura, realçou, falta de tudo, em particular equipamentos e serviços públicos; muitos dos seus moradores têm mais do que um trabalho, nos quais laboram horas diárias intermináveis – uma creche ali sediada, que funciona entre as seis da manhã e as oito da noite testemunha-o – e o que ganham não os retira da situação de pobreza. A erradicação da pobreza, lembrou Edgar Silva, é uma questão decisiva para a defesa dos direitos humanos e a afirmação do progresso social. Neste combate, o Presidente da República «tem que estar na linha da frente».
Entre as diferenças que encontrou na Cova da Moura de hoje em comparação com a dos seus tempos de estudante, na década de 80, Edgar Silva destaca a actividade social do vibrante movimento associativo do bairro. Muito do que existe no bairro, e tanto que é, foi construído pelas próprias populações, organizadas em colectividades, clubes, associações culturais e recreativas e comissões de moradores, que defenderam e defendem o bairro, integram as suas crianças e jovens e batem-se pela igualdade de oportunidades. São os que o candidato apelidou de «transformadores da História». A jornada acabou com a visita às instalações de duas dessas associações.