Edgar Silva reafirma em Braga
Está nas mãos dos trabalhadores
13 de Janeiro de 2016
O candidato à Presidência da República encerrou com um comício de casa cheia em Braga, um périplo em que o Trabalho e os trabalhadores foram centrais. Na iniciativa, Edgar Silva recebeu um expressivo apoio de representantes laborais e sublinhou que este foi o dia em que Marcelo Rebelo de Sousa chumbou no «detector de mentiras» da «independência».
O comício realizado na freguesia de Maximinos não podia ter começado melhor para uma candidatura que se afirma (e é) a dos Trabalho e dos trabalhadores. Depois de lembrar que «a luta foi determinante para alterar a relação de forças na Assembleia da República e travar a ofensiva que PSD e CDS impunham», e que também agora «serão os trabalhadores a eleger um presidente que se identifique com a necessidade de mudança», Amélia Lopes, dirigente do SITE-Norte, chamou à mesa do comício a entrega de um postal com assinaturas de dirigentes e delegados sindicais, bem como de membros de comissões de Segurança e Saúde no Trabalho.
No total são 1475 representantes laborais que apoiam e atestam o vínculo democrático e de classe da candidatura de Edgar Silva, convocando a que os trabalhadores lhes sigam o exemplo.
Um apoio expressivo que não se vê todos os dias, acrescentou, depois, Carlos Almeida, vereador do PCP na Câmara Municipal de Braga, para quem «este é um sinal importante» de uma candidatura que, resistindo à sua menorização promovida pela generalidade da comunicação social dominante – ao contrário do que acontece com outras candidaturas, e em particular com a de Marcelo Rebelo de Sousa –, apela à acção e à mobilização.
A hora é agora
«Esta é a hora de suster a violação da Constituição, e em especial do seu capítulo dedicado à defesa do Trabalho e dos trabalhadores, a partir da Presidência da República», considerou Edgar Silva intervindo no final na iniciativa. Como é que isso se faz? O candidato explicou: «Aqueles que sentiram e sentem [justa] indignação para com a usurpação dos seus direitos e rendimentos, e até da sua dignidade, tem de estar com Abril». Mas «não basta no dia 24 de Janeiro ir votar nos valores de Abril. É preciso ir mais longe» e «trazer mais gente. Trazer «todos aqueles para quem a vida azedou» e que viram «a miséria e a pobreza», as crescentes injustiças e desigualdades serem «sua companhia de casa».
«Será, pois, a força do povo a derrotar Marcelo Rebelo de Sousa» e o que este representa, a «impedir que Cavaco deixe na Presidência da República um seu filho predilecto», disse ainda o candidato.
O detector de mentiras
A preferência de Cavaco Silva, Durão Barroso, Paulo Portas e Passos Coelho por Marcelo Rebelo de Sousa tem razões políticas, tinha já explicado Edgar Silva, detalhando a ligação umbilical do candidato da Direita com as políticas de desgraça do povo e do País.
Deu, inclusivamente, exemplos do perigo que representaria Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente, nomeadamente recordando a proposta de revisão da Constituição que o seu partido, o PSD, apresentou para o fim da proibição dos despedimentos sem justa causa; e trouxe à memória a proposta do próprio Marcelo, em 1997, então presidente do PSD, que pretendia riscar do texto fundamental o reconhecimento das comissões de trabalhadores e do seu papel.
O momento alto da noite foi, no entanto, quando Edgar Silva resumiu o filme do dia de Marcelo Rebelo de Sousa, acusando-o de «chumbar no detector de mentiras» da «independência» com que procura enganar os incautos.
Primeiro, adiantou, Passos Coelho declarou em entrevista que quer na natureza das políticas quer na interpretação das funções presidenciais, nada diferencia Cavaco de Marcelo. Ou vice-versa, tanto faz.
Como se isso não fosse suficientemente claro, já na Madeira, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, afirmou que, ali, «o PSD não disfarça o seu apoio». E «Marcelo Rebelo de Sousa, ali ao lado, dizia que sim, que sim», continuou a relatar Edgar Silva.
Por fim, mas não menos importante, «o apoio de peso: o de Alberto João Jardim».
Os drs Albuquerque e João Jardim terão sido «mais sinceros do que se esperava», disse Edgar Silva. Eventualmente até mais sinceros do que próprio Marcelo desejaria. Mas se é um facto que «em matéria de independência», hoje Marcelo chumbou na máquina da verdade, insistiu, não é menos verdade que o que sobressai é a identificação de Marcelo com a política de direita, os seus protagonistas e defensores, concluiu.